Veículos com GNV podem ser multados e removidos se não forem legalizados no Detran-AM

Em todo o estado, apenas 1.539 veículos são legalizados para utilizarem o kit gás – Divulgação/Detran-AM

Com os frequentes aumentos nos preços da gasolina e do álcool, o Gás Natural Veicular (GNV) se tornou uma opção para os motoristas economizarem, principalmente para aqueles que trabalham como taxistas ou fazem corridas por aplicativo. Mas, para se instalar um kit de gás no veículo, a mudança precisa ser legalizada pelo Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM), sob o risco de o condutor ser multado em R$ 195,23 e ainda ter o carro removido.

Em todo o estado, apenas 1.539 veículos são legalizados para utilizarem o kit gás, mas o número de carros que usam o GNV é muito maior. O órgão de trânsito orienta esses condutores com um passo a passo de como legalizar um veículo que já roda com o gás ou um que ainda vai instalar o kit.

Passo a passo

O primeiro passo, nos dois casos, é solicitar a autorização do Detran Amazonas para usar o kit gás. Isso é feito via e-mail (gnv@detran.am.gov.br). O usuário deve baixar o formulário “Alteração de Característica GNV”, no menu “Publicações/Formulários” no site do Detran-AM (www.detran.am.gov.br), preenchê-lo e depois enviá-lo com os documentos exigidos, descritos no formulário.

Após um ou dois dias úteis, a Gerência de Veículos responde o e-mail com a autorização, que deve ser utilizada no prazo de 90 dias. Com esse documento, a pessoa deve procurar uma das oficinas registradas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) em Manaus para instalação do kit gás. A lista com as credenciadas está disponível no site do Inmetro (http://www.inmetro.gov.br/inovacao/oficinas/listagem.asp).

No caso do carro que já tem o GNV instalado, o caminho a ser seguido, após a obtenção da autorização do Detran-AM, é realizar a inspeção técnica.

Em Manaus, essa inspeção é feita apenas por uma empresa credenciada junto ao Inmetro e ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Ela é a Inspenorte e fica localizada no Distrito Industrial, na zona leste da cidade. No local, o veículo será inspecionado para saber se a instalação do kit gás cumpriu todas as exigências técnicas. Se tudo estiver de acordo com as normas, será emitido um Certificado de Segurança Veicular (CSV). Esse serviço custa R$ 400.

Última etapa

De posse do CSV, o dono do veículo precisa realizar uma vistoria em uma das empresas credenciadas (Visnorte e Cevam). Essa vistoria custa R$ 110.

A última etapa do processo é agendar atendimento presencial no Detran Amazonas para realizar a “Alteração de Característica de Veículo”. O agendamento é feito pelo link https://digital.detran.am.gov.br/public/agendamento , preenchendo-se os campos obrigatórios e, depois, escolhendo a opção “Veículos” e depois o serviço “Altera Característica Veículo”. O valor da taxa desse serviço é de R$ 58,99.

Após cinco dias úteis, o novo documento do veículo (CRLV-e) vai estar disponível para ser baixado na área privada (com login) do proprietário, no site www.digital.detran.am.gov.br

O motorista de aplicativo, João Luiz da Costa, de 25 anos, optou pelo GNV

GNV e economia

A Companhia de Gás do Amazonas (Cigás) é responsável pela distribuição do gás natural no Amazonas. A utilização do kit gás está disponível no mercado amazonense há mais de 10 anos. Qualquer modelo de veículo que seja movido a gasolina ou etanol pode ser convertido para o GNV.

No mercado existem diversos kits, com tamanhos de cilindros e tecnologias diferentes. O valor de um kit com cilindro de 15 metros cúbicos custa, em média, R$ 4.500.

Os veículos com GNV conseguem apresentar uma economia de até 33% em relação à gasolina e 44% frente ao etanol no mercado amazonense, segundo levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Além de proporcionar um alívio ao bolso do motorista, em relação aos demais combustíveis, o GNV emite menos dióxido de carbono na atmosfera, ou seja, é menos poluente.

O motorista de aplicativo, João Luiz da Costa, de 25 anos, optou pelo GNV para economizar com o combustível e, dessa maneira, aumentar seu lucro com as corridas. Ele usa um kit de 16 metros cúbicos.

“Há três anos eu fiz a alteração de características perante o Detran. Não houve muita alteração em relação à potência do veículo. Já em relação à economia com combustível, hoje isso chega a 60% de redução nos gastos. Estou muito satisfeito”, afirmou o profissional.

Renovação periódica

Os veículos legalizados para o uso do GNV precisam realizar a inspeção técnica e a vistoria anualmente, antes da realização do licenciamento anual. Sem o Certificado de Segurança Veicular (CSV) atualizado e a vistoria, o proprietário não conseguirá legalizar o veículo.

Essa inspeção serve para garantir a segurança para as pessoas que estiverem nesse veículo, uma vez que uma instalação errada pode ocasionar um acidente gravíssimo, até mesmo com risco de explosão.